PDI 2021-2030 - Capítulo 1 - Introdução
Planejar o futuro organizacional é, antes de mais nada, uma necessidade para a sustentabilidade de qualquer instituição, seja pública ou privada. Às universidades, apresenta-se o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) como instrumento capaz de evidenciar à sociedade como se organiza e atua.
O Plano de Desenvolvimento Institucional representa a materialização do processo de planejamento participativo na UFRPE. Este planejamento reúne elementos importantes para a consecução dos objetivos institucionais e prestação do serviço de educação. Nesse sentido, a sociedade e a comunidade têm em mãos um instrumento que deixa evidente a forma como a UFRPE atua, os objetivos que almeja e suas intenções de futuro. Apresenta-se, dentre outras, missão, visão e os valores organizacionais; bem como sua estrutura, áreas de atuação, objetivos, indicadores e metas.
Este PDI 2021-2030 nasce de um processo participativo e coletivo, em um contexto de desenvolvimento de maturidade institucional no estabelecimento de planejamento estratégico: a UFRPE define, com clareza, seus objetivos, indicadores a monitorar e metas a alcançar. Importante destacar que este Plano se dirige ao futuro, à década que se apresenta. O planejamento, porém, deve levar sempre em consideração as condições ambientais vigentes, de modo que revisões estão previstas, como apresentadas no capítulo 14.
O planejamento é, dessa forma, direcionado para as mais amplas formas de atuação universitária, que não se limitam ao ensino, à pesquisa e à extensão, mas alcançam também a gestão e inovação.
E, em se tratando de inovação, com vistas a tornar a interação entre a comunidade universitária, sociedade e o PDI cada vez mais próxima, existe agora um portal on-line Plano de Desenvolvimento Institucional UFRPE 2021-2030. Lá, é possível encontrar informações contidas neste documento e outros conteúdos complementares. Ao longo do texto, o(a) usuário(a) terá a oportunidade de visualizar diversos links e ícones que, em apenas um clique, possibilitam visualizar o PDI de uma nova forma.
A intenção é tornar agradável, amigável e fluida a experiência de quem lê o Plano de Desenvolvimento Institucional, de forma a aprimorar os processos de transparência e governança institucional. O presente e futuro apresentam como premissa uma maior interatividade entre conteúdo, mídias e mensagens, de modo que apresentar o PDI em formatos digital e online representa mais um avanço para a UFRPE no sentido de comunicar-se e interagir com o meio que a cerca.
1.1 Metodologia de elaboração do PDI 2021-2030
O processo de elaboração do Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRPE 2021-2030 teve início com a emissão da Portaria no 908/2019-GR, de 25 de julho de 2019, posteriormente atualizada pela Portaria no 996/2020-GR, de 19 de novembro de 2020, nomeando uma Comissão Executiva para elaboração do PDI. Essa comissão foi criada com a finalidade de coordenar, com apoio da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Proplan/UFRPE), os trabalhos direcionados para a consecução desta nova peça de planejamento institucional.
Ainda em 2019, essa Comissão se reuniu a fim de iniciar os trabalhos e definir os princípios de atuação, como a necessidade de garantir participação coletiva da comunidade universitária, a vigência do novo documento entre 2021 e 2030, e o projeto de elaboração do PDI, detalhando as formas de atuação e o escopo do planejamento.
Até então, todo o trabalho havia sido planejado para ser realizado em reuniões e audiências públicas presenciais, no campus Dois Irmãos, no Recife, e em todas unidades acadêmicas: Belo Jardim, Cabo de Santo Agostinho, Garanhuns - à época - e Serra Talhada. Porém, na transição entre 2019 e 2020, a epidemia de Covid-19 se alastrou ao redor do globo, configurando uma pandemia, o que impôs grandes desafios a todas as organizações e impediu, em primeiro momento, o contato presencial e aproximado entre as pessoas. O distanciamento social passou a ser norma de convivência e saúde pública, fato que influenciou o processo de elaboração coletiva do PDI UFRPE 2021-2030.
Nesse sentido, o primeiro semestre de 2020 foi de grande aprendizado institucional sobre como direcionar muitas de suas áreas de atuação de forma virtual, com o apoio das tecnologias, de modo que o projeto para elaboração do PDI precisou ser ajustado para contemplar as novas possibilidades. Com esses desafios a própria vigência do PDI UFRPE 2013-2020 precisou ser ampliada para o mês de setembro de 2021.
O projeto de elaboração do PDI 2021-2030, portanto, foi ajustado, aprovado no Conselho Universitário da Universidade e pode ser acessado por este link. Nesse documento, há a previsão de atuação coletiva da Instituição por meio de seis Comissões Temáticas, além de uma Comissão Executiva (Figura 1).
Figura 1: Comissão Executiva e Comissões Temáticas
Após aprovação do projeto, a Comissão Executiva iniciou uma série de encontros virtuais, a partir de 15 de setembro de 2020. Todos foram realizados com apoio da ferramenta virtual Google Meet, o que possibilitou a participação de diversos integrantes de comissões, bem como a gravação dos encontros, para memória e registro.
Todos os registros de reuniões, incluindo relatos e pautas de discussão, bem como links para acesso às gravações, podem ser acessados pelo portal da UFRPE e Proplan. A esse respeito, a Comissão Executiva do PDI UFRPE 2021-2030 intensificou a comunicação e a transparência do processo de elaboração do planejamento, por considerar um importante mecanismo para qualificação, validação, respeito e legitimação. Ainda no contexto de Comissão Executiva, foi desenvolvida uma série de produtos e guias a fim de orientar a atuação das Comissões Temáticas na construção do PDI. Destacam-se, nesse quesito, o Guia para Comissões Temáticas e Guia para Elaboração de Indicadores.
A Comissão Executiva, desde setembro de 2020, realizou cerca de 20 encontros virtuais, com aproximadamente 50 horas de discussão síncrona, e contou com a participação de cerca de 27 membros, entre docentes, técnico(a)s e discentes. Afora os momentos síncronos de Comissão Executiva, cada membro teve atuação em Comissões Temáticas.
As seis Comissões Temáticas se reuniram separadamente para discutir temas específicos e realizaram atividades síncronas e assíncronas para o desenvolvimento dos trabalhos. O escopo de atuação de cada Comissão Temática pode ser encontrado neste link. Desde o início dos trabalhos, as Comissões Temáticas realizaram, ao menos, 79 reuniões síncronas, com mais de 250 horas em reuniões de discussões, debate e planejamento. Esses seis grupos reuniram mais de 140 pessoas, envolvendo docentes, discentes e técnico(a)s-administrativo(a)s da UFRPE.
A metodologia de elaboração do PDI 2021-2030, dentro do contexto pandêmico vivenciado a partir de 2020, possibilitou a reestruturação de processos de discussão e planejamento institucionais. Comparativamente com o processo de elaboração do PDI UFRPE 2013-2020, ganhos e avanços significativos em termos de eficiência e eficácia foram atingidos, já que o processo de reuniões a distância possibilitou a aproximação entre os setores e as unidades da Universidade. Reuniões virtuais permitiram economizar recursos logísticos e energéticos para a realização do planejamento. Ademais, diversos avanços em termos de participação coletiva e transparência foram alcançados.
Ainda, a UFRPE avança em maturidade de planejamento institucional ao estabelecer maior precisão na definição de objetivos, indicadores e metas - conforme link - para todos os eixos de atuação da Universidade: ensino, pesquisa, extensão, gestão e inovação. Nesse sentido, toda a comunidade assumiu o compromisso de pensar o futuro da Instituição de forma associada ao alcance de resultados precisos e mensuráveis.
Em relação à participação coletiva, este foi o Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRPE que contou com a participação mais ampla, efetiva e diversa de sua comunidade. De modo que este PDI UFRPE 2021-2030 consegue captar, com mais precisão, a realidade vivenciada por toda a Universidade, do litoral ao sertão, do presencial à distância, do agora ao futuro.
1.2 Principais resultados do PDI 2013-2020
Durante o período de vigência do último PDI, a UFRPE se fortaleceu, tanto no crescimento de sua estrutura física e acadêmica quanto no alcance de seu papel social. Destacaram-se a criação de duas novas unidades acadêmicas a do Cabo de Santo Agostinho (UACSA), com cinco cursos de bacharelado em Engenharia, integrados com cursos tecnológicos, e uma pós-graduação; e a de Belo Jardim UABJ, responsável por quatro cursos de bacharelado integrados com cursos tecnológicos. Ao todo, com a criação e oferta de novos cursos entre os anos de 2013 e 2020, a UFRPE oferece 55 cursos de graduação presenciais e oito na modalidade EAD, 59 cursos de pós-graduação stricto-sensu e sete lato-sensu, bem como cinco cursos presenciais de Ensino Médio, Técnico e Tecnológico, além de quatro, na mesma categoria, na modalidade EAD. No intervalo de tempo em questão, a UFRPE manteve o conceito 4, de 1 a 5, no Índice Geral de Cursos (IGC), indicador de qualidade que avalia as instituições de educação superior, tendo 26% de seus cursos de graduação obtido melhorias no Conceito Preliminar de Curso (CPC) e 67% cursos mantido os resultados. Ao avaliar o desempenho do(a)s discentes no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), entre os anos de 2013 e 2019, a UFRPE obteve o conceito melhorado ou mantido em 76% dos cursos de graduação. Dos cursos de pós-graduação, 30% elevaram o conceito Capes, até o ano 2019, e 61% mantiveram o conceito (INEP, 2021b; PLATAFORMA SUCUPIRA, 2021).
No eixo da pesquisa, a UFRPE fortaleceu sua estrutura, impulsionada pela criação do Instituto de Inovação, Pesquisa, Empreendedorismo, Internacionalização e Relações Institucionais (Instituto Ipê). A nova estrutura abarcou setores da Instituição, formando ecossistema voltado para a inovação e a formação de parcerias. O Ipê consolidou as ações de estimular, facilitar e viabilizar parcerias nacionais e internacionais, a transferência de conhecimentos científicos e tecnológicos, a cultura de inovação e do empreendedorismo e a captação de recursos para financiamento de projetos acadêmicos.
No eixo da Extensão, a UFRPE avança na construção da Política de Extensão, Cultura e Cidadania, de modo participativo e descentralizado, criando mais organicidade e transversalidade nas ações. A Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Cidadania passou por processos de reestruturação e criou as coordenações de Gestão de Programas, Projetos e Eventos e a de Direitos Humanos, Ações Afirmativas e Diversidades, e incorporou os termos Cultura e Cidadania em seu nome. Estimulou a criação do Fórum Permanente de Extensão, Cultura e Cidadania e a elaboração de propostas de programas estratégicos de extensão, articulados às oito áreas da Política Nacional de Extensão. Além disso, coordena junto com a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Curricularização das Ações de Extensão em todos os cursos de graduação, em conformidade com o que Estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação(PNE) 2014-2024. Essas ações têm proporcionado o desabrochar criativo e inovador de uma nova arquitetura formativa, em que as relações entre ensino, pesquisa e extensão assumirão novas possibilidades de interação e desenvolvimento.
Junto à criação de unidades acadêmicas em diferentes regiões do Estado, ampliação de vagas e da oferta de cursos, multiplicaram-se as inovações pedagógicas, ações afirmativas, políticas de cotas e mecanismos de transparência e cidadania dentro do propósito nacional de diminuição das desigualdades sociais.
Pensando nisso, a UFRPE garantiu benefícios, ampliou a divulgação de informações sobre programas da assistência estudantil nas mídias sociais e envolveu profissionais de Pedagogia, Psicologia, Serviço Social e Educação Física no acolhimento inicial. A partir disso, o(a)s estudantes assistido(a)s foram acompanhados, e verifica-se que 70% apresentaram alto ou médio desempenho acadêmico, com baixa taxa de retenção/evasão. Em relação à pandemia de Covid-19, os benefícios foram priorizados, nos primeiros meses, e mantidos. Também houve a criação do Auxílio Emergencial de Inclusão Digital para estudantes de recorte social, no valor de R$1.380, contribuindo na aquisição de equipamentos de informática, assim como foi firmado convênio com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa para distribuição de chips de dados de forma gratuita, possibilitando o acesso remoto.
Destaca-se a criação de novas estruturas na Universidade, como o Instituto Menino Miguel, que tem a finalidade de desenvolver ações de pesquisa, ensino e extensão nas áreas sociais, voltadas para a comunidade acadêmica e para sociedade. Esse instituto abriga a Escola de Conselhos de Pernambuco, o Núcleo do Cuidado Humano, o Núcleo do Envelhecimento e o Observatório da Família.
A partir do desenho do novo perfil institucional e, em consonância com a voz participativa de docentes, discentes e técnico(a)s-administrativo(a)s, nas reuniões de construção do planejamento estratégico, buscou-se a reorganização administrativa como elemento essencial para este novo momento da Instituição, no esforço pelo avanço na melhoria da qualidade do ensino, da pesquisa, da extensão e da própria gestão. Isso tem possibilitado à UFRPE alcançar excelentes resultados quanto ao aprimoramento de sua gestão: a UFRPE tem sido apontada como destaque no Índice Integrado de Governança e Gestão Pública, calculado pelo Tribunal de Contas da União. Nesse índice, figura entre as primeiras colocadas, regional e nacionalmente, no segmento de instituições de ensino. Outra iniciativa de destaque no aprimoramento da gestão estratégica é demonstrada pela criação da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas, antes superintendência. A nova estrutura permite atuar de forma mais estratégica e holística. Esse novo modelo de gestão contribuiu com o alcance da Visão para 2020, especificada no último PDI: “consolidar-se como universidade pública de excelência, fundamentada em uma gestão participativa”.
Resultados das diretrizes propostas pelo PDI 2013-2020, podem ser encontrados ano a ano detalhadamente nos Relatórios de Gestão, publicados no portal da UFRPE.
Diante do exposto, fica evidente o avanço na UFRPE em termos de desenvolvimento institucional e superação de desafios, sempre fruto de um esforço coletivo e participativo. O PDI UFRPE 2021-2030 vem projetando avanços ainda maiores, como o monitoramento mais completo de objetivos e ações planejadas, bem como ampliar a divulgação dos resultados para a comunidade e sociedade.